quarta-feira, 7 de outubro de 2009

DA FÉ (AMBRÓSIO DE MILÃO)

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Assim como Do Espírito Santo, esse tratado teológico composto por cinco livros é dedicado ao imperador Graciano. O autor, mentor espiritual do jovem imperador, propõe-se a defendera divindade do Filho de Deus (livros I e II) e expor a doutrina ortodoxa sobre o Espírito Santo (livros III a V).

Santo Ambrósio começou a redação dessa obra quando o jovem imperador se preparava para enfrentar as dificuldades do combate, na guerra contra os godos.

Santo Ambrósio é um dos quatro grandes doutores da Igreja, ao lado de São Jerônimo, São Gregório e Santo Agostinho; aliás, ajudou este último a converter-se. Aliando cultura clássica e fé cristã, realiza com ambas um equilíbio perfeito.

Estudo: G. Madec, Saint Ambroise et la philosophie, Études Augustiniennes, 1974.

domingo, 4 de outubro de 2009

ECCE HOMO (FRIEDRICH NIETZSCHE)

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Escrita em 1888, essa obra só foi publicada em 1908. Nos manuscritos subsistem vários planos desse livro. Erich Podach constatou que na verdade não existe nenhum escrito definitivo do livro, mas unicamente variantes e paralelos.

No prefácio, Nietzsche afiram com amargor: "Basta falar com o primeiro 'letrado' que chegue depois de passar pela Alta-Engandina para me convencer de que não existo..." Os capítulos I, II e III esclarecem as razões pelas quais Nietzsche é "tão sábio" (sua identidade moral), "sabe tanto" (sua educação) e "escreve tão bem" (seu estilo e sua psicologia).

Em seguida, Nietzsche explica as circunstâncias que cercaram o nascimento de suas diferentes obras. Termina explicando "por que [ele é] uma fatalidade": diz ser "o primeiro homem honesto", aquele que se pôs "em contradição com milhares de anos".

Por fim, para se resumir, afirma ser o "feliz mensageiro" que propõe tarefas como nunca dantes houve igual.

Titulo original: Ecce homo. Wie man wird was man ist.

Edição brasileira: Ecce homo. Como alguém se torna o que é, São Paulo, Max Limonad, 1986.

Estudos: G. Morel, Nietzsche, introduction à une première lecture, Aubier-Montaigne, 1985. E. Podach, Friederich Nietzsche Wenke des Zusammenbruch, Wolfgang Rothe Verlag, Heidelberg, 1961.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

DA ANGÚSTIA AO ÊXTASE (PIERRE JANET)

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Partindo de observações colhidas durante mais de vinte anos com uma doente afetada por delírio religioso com êxtases místicos, estigmas e crises de angústia, o autor tenta encontrar em seus delírios, aparentemente tão variados, as características típicas do delírio psicastênico. Inicialmente ele se dedica ao estudo dos problemas relativos à inteligência, o que leva para uma longa digressão sobre a crença - "o fenômeno psíquico mais importante" -, e depois dedica-se ao estudo dos sentimentos (alegria profunda, convicção de pureza moral, sentimento de união com Deus, angústia, tristeza, melancolia...).

Pierre Janet foi um dos primeiros psicólogos a conceber a "unidade psicossomática" e a supor, mas sem tematizar, a existência do inconsciente.

Título original: De l'angoisse à l'extase

Estudo: H. J. Rabaud, Freud et Janet. Étude comparée, Privat, 1970.

Edição on line em francês.

domingo, 6 de setembro de 2009

OS CADERNOS AZUL E MARROM (WITTGENSTEIN)

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O texto do Caderno Azul foi ditado a alunos por Wittgenstein no curso que ministrou em 1933-1934, e o Caderno Marrom, no ano seguinte. Wittgenstein neles mostra a elaboraçãoda nova filosofia cuja expressão mais acabada se encontra nas Investigações filosóficas e cujas principais noções, de "jogos de linguagem", "formas de vida" e "ar de família", já aparecem aqui.

Título original: The Blue and Brown Books.

Estudo: J. Bouveresse, Le mythe de l'interiorité. Experience, signification et language privé chez Wittgenstein. Éd. de Minuit, 1987.

Você encontra este livros nas principais livrarias virtuais como Amazon, no exterior, e Cultura, no Brasil. Em inglês.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

BANQUETE (Xenofonte)

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Por ocasião de um banquete realizado em casa do nobre Cálias, Sócrates e seus amigos expõem a sua teoria sobre o amor terrestre e o amor celeste. Inspirando-se em Platão, cuja força especulativa não atinge, Xenofonte tenta desenvolver o pensamento de seu mestre.

Edição em português.

Estudo: J. Luccioni, Xenofon et le socratisme, P.U.F., 1953.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A FAVOR DE MARX (Louis Althusser)

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Título original: Pour Marx (1965)

Essa coletânea de sete artigos de Louis Althusser contem a exposição de um novo método que deve permitir ler e entender de modo diferente os textos de Marx. Isto porque Louis Althusser acredita ser necessário introduzir uma "divisão epistemológica" na obra de Marx para separar, de um lado, as obras da juventude, impregnadas de influência hegeliana, e, de outro lado, O capital, verdadeiro ponto de partida do marxismo. Essa distinção inovadora permite que Althusser depreenda em Marx um verdadeiro pensamento filosófico.

Edição brasileira: A favor de Marx, Rio de Janeiro, Zahar, 1979.

Baixar a edição em inglês aqui.

Estudo: J. Rancière, La leçon d'Althusser, Idées/Gallimard, 1975.